Fechamento das unidades da "Farmácia Popular do Brasil" já causa preocupação aos moradores no Interior do Ceará

Iguatu/Sobral/Quixadá/Juazeiro do Norte. O Ministério da Saúde anunciou o fim do financiamento do programa “Farmácia Popular do Brasil”. Há em todo o país 393 unidades. No Ceará, são 27. A decisão foi da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), que reúne representantes de estados, municípios e governo federal, a partir da competência de maio de 2017. Moradores das cidades onde há unidades mostram-se insatisfeitos com a medida e temem pagar mais caro por medicamentos básicos e de uso contínuo.
“O Ministério iria formar um grupo de estudo para definir um novo modelo de financiamento do programa, mas até agora não houve decisão”, frisou o secretário de Saúde de Iguatu, Marcelo Sobreira. “Inicialmente, iriam repassar os recursos para os municípios que fazem parte do programa, mas tudo indica que voltaram atrás”. Sobreira lamenta que o governo federal não quer mais manter a rede de Farmácias Populares. “É um grande programa social, que infelizmente tende a acabar”.
O programa ampliou a assistência farmacêutica oferecendo aos moradores mais uma opção de acesso aos medicamentos básicos, por meio de parceria entre o Ministério da Saúde e as prefeituras. As unidades repassam medicamentos a preço de custo, adquiridos pela Fundação Oswaldo Cruz, exclusivamente para o programa. Há casos em que medicamentos são adquiridos de graça. As farmácias oferecem uma lista com 112 medicamentos, sendo 18 deles gratuitos.
O aposentado Raimundo Alves é um dos beneficiários e ficou surpreso com a medida, que irá fechar a unidade. “Isso vai provocar na gente um clamor grande”, disse. “O preço é bem em conta e acho uma maldade muito grande fechar um benefício desses pra gente”.
Os maiores beneficiários são pacientes que sofrem de doenças crônicas como hipertensão, diabetes e asma. “Comprei um frasco de dipirona por R$ 0,70”, comentou o agricultor Carlos da Silva. “Agora vai ser o jeito comprar mais caro”.
Zona Norte
A Farmácia Popular do Brasil existe há 11 anos em Sobral, com atendimento para cerca de três mil pacientes por mês. Esse atendimento deve continuar, no município, segundo Delano Aragão, farmacêutico responsável pela unidade. “Estivemos, na semana passada, em Brasília, no Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, e não nos foi repassado nada sobre este assunto. Não recebemos nada oficial sobre o fim dessa parceria com a Prefeitura, por isso o atendimento transcorre normalmente”, afirmou.
Economia
Segundo o Ministério da Saúde, os recursos de unidades próprias vão ser realocados para compra de medicamentos. A Pasta disse que vai ampliar em R$ 100 mi os recursos destinados a estados e municípios para compra de remédios do componente básico da assistência farmacêutica. Com o fim do programa, serão mantidas as redes de farmácias particulares, credenciadas, braço do programa batizado de “Aqui tem Farmácia Popular”. Com o incremento, o valor mensal passará de R$ 5,10 por habitante para R$ 5,58. Segundo o Ministério, estados e municípios podem dar continuidade às farmácias, provendo o financiamento completo ou em parte

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