Cantor de 'Talismã', Elson do Forrogode morre hoje aos 75 anos

Em 1989, o cantor carioca Elson Cruz (20 de março de 1942 – 2 de novembro de 2017), conhecido como Elson do Forrogode, lançou um álbum chamado Alô Brasil (RGE). O país atendeu ao chamado do artista no título do disco e cantou uma das músicas do álbum, Talismã, um dos muitos sucessos emplacados na década de 1980 pela dupla hitmaker de compositores formada por Michael Sullivan e Paulo Massadas. Talismã se tornou uma das músicas mais tocadas no Brasil naquele ano de 1989 e virou o maior sucesso da carreira de Elson, que saiu hoje de cena, na cidade do Rio de Janeiro, aos 75 anos, vítima de complicações decorrentes de diabetes e insuficiência renal. O velório (a partir das 7h) e o enterro (marcado para as 12h) vão acontecer amanhã no Cemitério do Caju, no Rio.

O nome artístico de Elson do Forrogode já anunciava a mistura sonora que o artista procurou emplacar a partir de 1987, promovendo no álbum Forrogode (1987) a fusão de forró – genérico gênero musical que designa vários ritmos nordestinos, dos quais o cantor sempre gostou – com o pagode que conquistara o Brasil a partir de 1985 e que gerou ídolos como Zeca Pagodinho. A rigor, a mistura não emplacou. Tanto que o maior sucesso de Elson, Talismã, era em essência uma canção de amor que o intérprete gravou com toque de samba.

O estouro de Talismã foi o ápice de uma carreira cujas origens remontam ao início dos anos 1970, quando Elson defendeu músicas nas duas últimas edições do Festival Internacional da Canção (FIC), exibidas pela TV Globo em 1971 e 1972. O primeiro álbum, Desafio da navalha (RCA Vik), foi lançado em 1975 com produção de Sérgio Cabral e repertório que incluiu música dos primórdios da obra de Milton Nascimento, E a gente sonhando, composta entre 1962 e 1963. O último, Me leva (Canta Agepê), foi lançado 40 anos depois, em 2015, com repertório dominado por músicas gravadas pelo cantor Agepê (1942 – 1995), então morto há dez anos.



Entre um disco e outro, Elson gravou álbuns como Imã (RGE, 1990) e Amor na palma da mão (CID, 2002), além de ter feito shows pelo Brasil e na África no rastro do estouro de Talismã, música regravada pela dupla sertaneja Leandro & Leonardo em 1991 com sucesso que jamais tirou o efeito da gravação original de Elson do Forrogode.



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